segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SOFRIMENTO






A DOR ELEVA A ALMA E FAZ DELA UM PARAÍSO


"O sofrimento está no caminho de todo o homem, quer ele goste ou não. É preciso atravessar nesta Terra o vale do sofrimento, para se chegar ao outro lado da existência." 

Depois que li essa frase, o sofrimento foi se tornando algo mais "aceitável" em minha vida. Sempre tive dificuldades de aceitar o por que de tanto sofrimento aparecer na minha vida. Quantas lágrimas!!! O primeiro pensamento que vinha era: Castigo? Aceitar a dor e o sofrimento é um trabalho dia a dia. É estar em um crescimento espiritual e em contato com o Nosso Criador o tempo todo. Caso contrário, digo que é impossível aceitar uma dilaceração em nossa vida sem Ele.

"A fortaleza da alma de Nossa Senhora - A alma de Nossa Senhora deve ter sofrido uma aridez incomensurável a propósito da paixão de Nosso Senhor. Tudo indica que Ela foi sofrendo passo a passo desde o começo, em consonância com a Paixão de nosso Salvador, já no Cenáculo, durante a Última Ceia. Isto só terá sido possível devido à sua força de alma. Tão forte era Ela, que foi possível fazer isto: ao ser retirado da Cruz, o Sagrado Corpo foi posto sobre o colo dela. Isto não seria possível para uma mãe comum, que ficaria desfeita, desarticulada.
Algo desse sofrimento deve ter perdurado durante todo o tempo em que seu divino Filho esteve morto e sepultado, até ressuscitar e aparecer-lhe antes de fazê-lo a qualquer outra pessoa, como registra a Tradição. 

Sofrer tudo sem ter pena de si mesmo. Quando a pessoa começa a ter pena de si mesma, coloca-se numa posição de alma rejeitável entre todas e indigna. Resulta num choramingo, no que não deve ser. Choramingar a esse respeito é prostituir o sofrimento.

Caiu-me o mundo em cima, mas tenho recursos para lutar, sei que vou ter ainda muitas outras penas a sofrer, mas lutarei até o fim. É um homem que está subindo o próprio calvário.

O sofrimento prepara o homem para viver nesta região toda espiritual da alma que se diria pré -paradisíaca. Não é fruto de um destino que esmaga como consideram os pagãos. Pelo contrário, prepara a alma para esse mundo paradisíaco que vai nascendo dentro dela, até o momento em que seja chamada para o Céu. A dor prepara a alma para esse mundo interior de purificação e elevação que vai nascendo. As almas elevadas, capazes de enfrentar e amar o sofrimento, são almas desapegadas. Estão sempre à procura de realizar tudo de modo mais perfeito, de maneira a tornar esta Terra, no que for possível, o mais parecida com o Paraíso. Para isso é preciso exercer uma certa ascese, pela qual o individuo goste desse pólo por assim dizer paradisíaco, de maneira a ser por ele atraído. Ele vai gostando das coisas apenas enquanto "paradisáveis", e assim vai se desapegando do gosto pelos prazeres meramente terrenos.

A dor bem aceita causa a verdadeira alegria. A dor bem aceita produz tranquilidade de alma, acompanhada de um encanto, de uma alegria que atravessa todos os obstáculos e chega até o fim a que deve chegar. Esta é a zona da alma que São Francisco de Sales chama "a fina ponta da alma", onde cabe alegria nesses transes de sofrimento. Ele dizia que que Nosso Senhor, na fina ponta de sua alma, continuava a ter alegria, mesmo no alto da cruz, quando clamou Eli, Eli, lama sabactani (Deus Meu, Deus meu, por que  me abandonastes?!). E isto se aplica a todos nós.

É muito difícil atualmente compreender esta dor sem dilaceração, por causa das influências dos ambientes criados pelo mundo moderno, onde dor é apresentada como um azar que aconteceu, não tinha nenhuma razão para acontecer, é inaceitável que aconteça, e propriamente nos destrói. Ora, o sofrimento faz parte da vida, como também a alegria. Ao longo da vida de cada um, há momentos em que Deus entra para proporcionar alegria, para nossa glória e consolação. São momentos em que Ele se manifesta com charme, e entra numa hora certa impressionante. Tudo isso faz parte de nossa vida. O mesmo sucede na história dos povos, desde que sejam fiéis. Este histórico da fidelidade é realmente fantástico."

Fonte: Revista Catolicismo nº 724


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