"É falta de juízo ir confiando logo nos outros; quem
peca prejudica-se a si mesmo. Quem tem prazer na maldade será condenado, mas
quem detesta os mexericos não terá tantos prejuízos.
Nunca repita um boato e assim você não terá do que se
arrepender. Não conte um boato nem aos seus amigos, nem ao seus inimigos, a não
ser que, ficando calado, você prejudique alguém; nesse caso você deve contar.
Se você contar sem necessidade, alguém que estiver perto poderá ouvir e acabará
odiando você.
Você ouviu um boato? Que a sua boca seja um túmulo! Coragem!
Você não vai estourar por causa disso!
Um tolo que tenta guardar um boato é como uma mulher
sofrendo dores de parto. Um boato que um tolo não pode espalhar dói nele como
uma flecha fincada na sua perna. Se você ouvir dizer que um amigo agiu mal, vá
falar com ele; é bem possível que ele não tenha feito nada; mas, se for
verdade, ele não errará de novo.
Se você souber que um vizinho disse qualquer coisa que não
devia, vá falar com ele; é bem possível que ele não tenha dito nada; mas, se
for verdade, ele não vai dizer de novo. Se falarem mal de um amigo seu, vá
falar com ele, pois muitas vezes, tudo é pura calúnia.
Não acredite em tudo o que você ouvir. Muitas vezes, a gente
diz tolices sem querer; será que já houve alguém que nunca pecou com as suas
palavras? Antes de processar seu vizinho, vá falar com ele; deixe que a Lei do
Deus Altíssimo resolva o caso." (Eclesiástico 19, 4- 17).